quinta-feira, 28 de abril de 2011

[11] Notas sobre Kianda


, Ana Lúcia Lopes ( ). A Ruralidade na Narrativa Angolana do Século XX. Elemento de Construção da Nação.Tese de doutoramento em Sociologia apresentada à Universidade da Beira Interior. p. 383. (nota de rodapé 47

Kianda, referências em nota de rodapé :
'[...] A Kyanda provoca abundância de peixe (Rioseco: 313). “E a Kianda é mesmo a rainha do mar”. O narrador sintetiza a convicção de Mateus: 
 
“Sua metade, da cintura para baixo, corpo de peixe e, para cima, outra metade, corpo de mulher”, a quem se fazem ofertas para propiciar a pesca, não desculpando os faltosos (Rioseco: 276-277). 

Esta deidade surge igualmente em Nzinga Mbandi: 86; O Segredo da Morta: 49; A Casa Velha das Margens: 100, 133, 305-306 e  
Mãe, Materno Mar: 144-145.  

A Kyanda, frequente e incorrectamente apresentada como sereia, é uma entidade da mitologia kimbundu criada por Nzambi (Deus) aquando da criação do mundo, para a sua harmonização. Podem habitar em bosques, imbondeiros e em espaços aquáticos destinados a cada uma, como o mar, uma cacimba, uma lagoa, um rio. Assumem diversas formas possíveis, desde a humana até à animal, da masculina à feminina, sem serem bissexuadas, manifestando-se em luz e em cor. Relacionam-se com os assuntos relativos à pesca, à fertilidade das terras e à fecundidade da mulher 

 (cf. R. D. Carvalho, 1989: 218, 283-286; Areia, 1974b: 166; Ribas, 1989: 36 e 2002: 57-58; V. Coelho, 1997: 147,149, 153, 165 e 2000: 194, 199; A. Santos, 2002: 101-103)'

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